segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

É possível ter filhos e ser feliz

Tradução de reportagem do site Camineo.Info:


Autor:
MILAGROS ASENJO /ABC


Seg, 28 Dez 2009 07:49:00


"É possível querer, é possível ter filhos, é possível ser feliz". Com estas palavras expressa Yolanda, uma burgalesa mãe de doze filhos, de entre 20 anos e quatro meses, as razões de sua presença na missa das famílias. Enquanto amamenta a Clara, a caçula de seus filhos, na sala de amamentação habilitada para a ocasião, assegura que o segredo de sua numerosa família está em haver deixado que a vida chegasse a seu lar "Como Deus quisesse, sem lhe por obstáculos, pois não tenho poder nem sobre a vida nem sobre a morte".


Por que viajaram a Madri, apesar das inclemências do tempo? "A Cabeça da Igreja nos pediu e não fizemos outra coisa que obedecer", responde, ao mesmo tempo que lamenta que a família cristã esteja "quando menos muito oculta" e se mostra decidida a mudar a situação. E quis que todos seus filhos participassem da festa, apesar da madrugada e das horas de ônibus, "para que se envolvam nisto e vejam que seus pais lhes estão dizendo a verdade".


Entre a multidão congregada na Praça de Lima há uma infinidade de crianças e bebês que em sua maioria dormem placidamente.


Entre eles está Daniele, de quatro meses de idade, o menor dos quatro filhos de Gianluca e Chiara, um casal vindo de Lecce, uma cidade do sul da Itália. Junto a eles, Sara, Marta e Davide, de oito, seis e dois anos.


"Viemos a Madri para dar testemunho de nossa experiência e exemplo de família cristã à Espanha, Itália e toda a Europa", afirma Gianluca.


Como no caso de Yolanda, Gianluca e Chiara sustentam que "é possível uma família feliz". Os quatro filhos suportam o intenso frio de Madri protegidos por umas mantas e os mais pequenos dormindo em seus carrinhos.


Pouco antes de começar a cerimônia, comentam que a viagem "não foi difícil" e que os filhos se comportaram muito bem. Estamos muito contentes e é reconfortante o ambiente que se vive neste lugar". Em relação com sua numerosa família ressaltam que no casamento "o amor se realiza no fruto dos filhos". E a modo de conclusão asseguram: "Voltamos à Itália com um espírito renovado e cheios de alegria".


A poucos metros, um buliçoso grupo entretêm sua espera com canções e risos. São cinco famílias de Valverde del Camino (Huelva) que somam 15 filhos.


"Viemos no primeiro anos e não mais deixamos de fazê-lo", afirma Maria José. Todos estão de acordo em que vale a pena fazer um caminho como o que percorrem há três anos "para defender a vida e a família" e para reclamar de quem corresponda seu apoio.



As imagens deste post são da Festa da Família Cristã em Madri 2009, de autoria de Javier Cebreros. Esta e outras imagens podem ser vistas nesta página.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Festa da Sagrada Família 2009


Tradução de reportagem do site Camineo.Info:


Kiko Argüello, iniciador do Caminho Neocatecumenal, foi o promotor de que este ano a Missa pela Família, que se celebrará na Praça de Lima este domingo 27, às 10 da manhã, sob o lema "O futuro da Europa passa pela família", tenha um marcado perfil europeu. Numa entrevista concedida a ABC, Argüello comenta que, apesar da algumas iniciativas legislativas que se tem dado na Espanha, como a lei do aborto, o encontro "não terá caráter político nem se atacará a ninguém".


Por que este ano a Missa pela Família congregará a fiéis de toda a Europa?


É o terceiro ano no qual o Cardeal Rouco quis fazer este encontro a favor da família. Falando com o cardeal dissemo-lhe que a situação da família é difícil e que seria bom abrí-lo a toda a Europa. Pareceu-lhe estupendo e consultamos alguns cardeais, que mostraram seu entusiasmo e disseram que é necessário dar um testemunho; apoiar a família em toda a Europa, que está fortemente ameaçada por um ambiente laicista. Além disso, ficamos surpresos ao ver que o cardeal Barbarin, de Lyn; o cardeal Sterzinski, de Berlín; o cardeal Vallini, de Roma; o cardeal Antonelli, etc. mostraram seu apoio e disseram que vêm, ainda que seja uma data difícil, pois está em meio ao Natal.


Quantos membros do Caminho Neocatecumenal está previsto que se desloquem a Madri?


É difícil dizê-lo. Os irmãos têm tal gratidão ao Senhor, porque os abriu à vida e porque têm uma família cristã, que estão dispostos a apoiar em tudo. As últimas notícias que temos é que mais de 10.000 vêm da Itália; 700, da Croácia; 500, da França. De toda Europa virá um número enorme de pessoas. Chegarão também da Letônia, Lituania, Áustria. Da Alemanha virão mais de 800; da Espanha, cerca de 70.000. Uns 30.000 da Andaluzia; 25.000 de Valência e Múrcia. Não temos dados exatos. Sabemos, por exemplo, que somente de uma paróquia de Valência vêm 17 ônibus.


Há hoje mais razões na Espanha para reunir a família do que a um ano atrás?


Estamos em meio de uma sociedade que de alguma maneira está vomitando o cristianismo. Toda a situação que nos rodeia é um ambiente de tipo laicista. No norte da Europa - temos comunidades em Estocolmo, Noruega, Finlândia - a situação é muito difícil. A família praticamente não existe. O governo sueco, por exemplo, está muito preocupado porque se calcula que 70% das pessoas vive completamente só. A sociedade a que nos dirigimos é muito dura, pois as pessoas estão sozinhas, envelhecem sozinhas e o nível de suicídios é altíssimo. Tanto é assim que nada falam dos suicídios pela quantidade de milhares e milhares de pessoas que nele caem. E sobretudo a quantidade de casos de alcoolismo que há, que é gravíssima.


Como vê a situação da família na Espanha com iniciativas como a lei do aborto?


Na Itália estão surpresos pelo que se passa na Espanha. Tinham a idéia de que a Espanha era católica e não compreendem o que está se passando com esta lei do aborto, que permite às moças de 16 anos abortar sem a permissão dos pais. Temos que ter discernimento e compreender o que se está passando na Europa.


O que se promove com esta Missa?


Queremos que com este encontro a Igreja faça uma reflexão sobre seus próprios pecados, pois quando o Papa Paulo VI pediu com a "Humanae Vitae" que se abrissem à vida, muitos não seguiram esta palavra de Pedro. O não haver feito caso desta encíclica foi algo catastrófico pois permitiu que muitas famílias limitassem o número de filhos. O permitir que os casais não estivessem abertos à vida deu luz verde em muitos casos ao divórcio. É uma situação difícil, que necessitamos mudar. Este encontro quer dizer à Igreja: "Irmãos, obedeçamos a Pedro, abramo-nos à vida e salvaremos a Europa".


Haverá algum espaço para que os bispos e cardeais que vierem da Europa enviem alguma mensagem aos presentes?


Na primeira parte, antes que conectemos com o Papa, alguns cardeais oferecerão uma saudação aos irmãos que chegarem de toda a Europa. Não será nenhum encontro de tipo político ou social, nem se atacará a ninguém. É a Igreja, poderíamos dizer, a que está enferma e a que tem de repensar-se a si mesma.


O que tem de fazer a Igreja, segundo sua opinião?


É necessário que a Igreja ponha em marcha uma nova evangelização. O Caminho Neocatecumenal está abrindo nas paróquias uma iniciação cristã que, vivida em pequenas comunidades, mostra o amor entre eles. Queremos ajudar as famílias dizendo-lhes que Cristo venceu a morte e nos dá a vida eterna. Por isto, ânimo! Queremos dizer a todos que venham a este encontro, se crêem que a família cristã é algo positivo para o futuro de nossa sociedade.


Esta foto de Miguel Angel Gallardo mostra a Festa da Sagrada Família de 2008, na Praça de Colón, em Madri.