segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Construindo (e Reconstruindo) a Igreja (IV)

A primeira mensagem é a da unidade e universalidade, a qual deriva do Evangelho que aqui nos impressionou. Quantas coisas tal mensagem nos obrigaria a recordar! o suficiente para ouvir, nem mesmo um eco, mas uma repetição tornada simples como uma fórmula verbal, mas extremamente realista e desafiadora, ressonante na palavra extrema e comovente de Cristo, na iminência de sua paixão: "que todos sejamos um" (cf Jo 17,11; etc.). Que esta palavra testamentária do Senhor ecoe sempre. Que se torne trombeta estridulante para todos os povos; que chame a todos os que tiverem o ouvido do espírito atento à chamada divina. Que seja oferecida como um jogo amoroso do Senhor, um colóquio com ele. Escutar é aqui a primeira forma de oração, de expressão espiritual sincera, disposta a o enxertar o que ouve no desígnio do interlocutor divino.

E, em seguida, a segunda mensagem, aquela relativa à construção; a construção da Igreja, que Cristo mesmo opera na história; uma construção que para nós, filhos do tempo, está, se podemos dizer, sempre no princípio. Todo o trabalho realizado nos séculos que nos precederam não está isento da colaboração com o divino construtor, senão que nos chama, e não apenas a um fiel trabalho de conservação, e nem mesmo de passivo tradicionalismo, nem de hostil refutação à perene inovação da vida humana; convida-nos a recomeçar de novo, atentos sim, e custódios ciumentos do que a autêntica história da Igreja acumulou para esta e para as futuras gerações, mas conscientes de que o edifício, até os últimos dias, requer trabalho novo, requer construção fatigosa, fresca, genial, como se a Igreja, o divino edifício, devesse iniciar hoje sua aventurosa subida às alturas do céu (cf. 1Cor 3,10; 1Pd 2,5). Que sacudamos a fadiga, a preguiça, a desconfiança, o autolesionismo da contestação sistemática, e com frescor juvenil, com audácia genial, com humilde, grande fidelidade, tentemos interpretar nas necessidades da sociedade o projeto que Cristo, o edificador, prepara para os seus.

Sejamos nós dos seus. Com nossa Bênção Apóstólica.

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