segunda-feira, 7 de julho de 2008

Construindo (e Reconstruindo) a Igreja (II)

Continuação da audiência papal de 14 de julho de 1976:

A segunda coisa a observar é que para nós já não se trata de construir a Igreja, mas de reconstruir, a menos que nos consideremos no campo missionário, onde a implantação, a plantatio da Igreja deve começar do primeiro anúncio do Evangelho (Cf. Ad Gentes, 3). Mas nós, nos países de antiga formação cristã, devemos ter uma atenta consciência de um fator indispensável na questão da construção da Igreja, e é a tradição, é o trabalho realizado na construção da Igreja através dos séculos, que nos precedeu. Somos os herdeiros, somos os continuadores da obra anterior; devemos ter um senso de história, e nos formarmos no espírito de fidelidade, humilde e afortunada por tudo quanto os séculos passados fizeram de vivo e autêntico na formação do corpo místico de Cristo. Devemos resguardar-nos da inconsciência do espírito revolucionário próprio de tantos de nosso tempo, que ignoram ou querem ignorar o trabalho realizado pelas gerações precedentes, e crêem poder iniciar a obra de salvação da humanidade repudiando tudo quanto a experiência, convalidada por um magistério de coerência e autenticidade, tem preservado, e recomeçar do zero o projeto de uma nova civilização. Somos sabiamente conservadores e continuadores, e não devemos temer que esta dupla qualificação, retamente compreendida, prive o trabalho atual de sua vitalidade e de sua genialidade. O trabalho a ser realizado na construção da Igreja, especialmente no campo espiritual e pastoral, é sempre novo, está sempre no princípio.

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