quinta-feira, 10 de julho de 2008

Quem foi Giorgio Frassati? (III)

Convida um dia um de seus amigos a um maior compromisso de caridade, a visitar e atender aos mais pobres. O amigo lhe diz que tem medo, que não se atreve a entrar em casa miseráveis, onde tudo é sujeira, onde as enfermidades contagiosas predominam por toda parte. Pier Giorgio lhe responde com sinceridade e convicção: visitar os pobres é visitar a Jesus!

Entre os pobres a providência havia previsto a chegada de sua hora definitiva. Num dias dos finais de junho de 1925, o perigo se faz realidade. Pier Giorgio contrai, depois de uma de suas visitas, uma poliomielite fulminante.

Começa a sentir fortes dores de cabeça e perde o apetite. Em sua casa, entretanto, não dão muita importância, pois tem apenas 24 anos e é um jovem robusto. Além disto, a avó se encontra em estado grave, e todos estão voltados para ela.

Pier Giorgio sente como o mal avança, sem que seja atendido devidamente. Só quando se encontra já em uma situação dramática, seus pais se dão conta e reagem. Demasiado tarde. Desesperados, pedem um soro especial ao instituto Pasteur de Paris, mas já não há nada por fazer.

Com a humildade e o desapego com o qual havia vivido enfrentava agora, em plena juventude, a morte. Ou melhor, o encontro com aquele Jesus que tanto havia amado, pelo qual havia lutado na universidade e na rua, entre os pobres ou entre os jovens de classe média pouco ativos em sua fé.

Por isto não pareceu estranho seu último gesto. Pediu a sua irmã Luciana que pegasse em sua casa uma caixa com injeções, e escreveu por cima o endereço da pessoa à qual se devia levar o remédio.



A morte chegou em 4 de julho de 1925. Os funerais se realizaram dois dias depois. Foram uma explosão de carinho e afeto dirigidos a um jovem que havia vivido para os demais. Foram também o momento no qual os pais de Pier Giorgio descobrem realmente quem havia sido seu filho, quanta gente o queria, o muito que havia feito, com simplicidade, sem espavento, nas longas horas que passava fora de casa.

"Viver sem fé, sem um patrimônio que defender, sem manter uma luta pela Verdade não é viver, mas empurrar com a barriga...". A vida de Pier Giorgio foi, realmente, vida. Porque amou sua fé, e porque sua fé o levou a amar e a servir Jesus em seus irmãos.

Fernando Pascual






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